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quinta-feira, 2 de maio de 2013

O caderno de Maya - Isabel Allende

"Chiloé tem voz própria. Antes eu não tirava os fones dos ouvidos, a música era meu oxigênio, mas agora ando atenta para entender o castelhano arrevesado dos nativos...Sem o iPod posso ouvir a voz da ilha: pássaros  vento, chuva, crepitar de lenha, rodas de carroça e, as vezes, os violinos remotos do Caleuche, um barco fantasma que navega na neblina e é reconhecido pela música e a barulheira dos ossos dos náufragos que vão a bordo cantando e dançando. "

O caderno de Maya - Isabel Allende, p. 60


E se você tirar os fones dos ouvidos que sons vai ouvir???? 
Você nem imagina né, pois nunca prestou atenção nisso. 
Que tal essa experiência?!

quarta-feira, 1 de maio de 2013

O caderno de Maya - Isabel Allende

"Minhas vísceras começaram a sofrer o ataque frontal das bactérias chilenas. No segundo dia nesta ilha, caí de cama curvada de dor no estômago e ainda sinto tremores, por isso passo horas na frente da janela com uma bolsa de água quente na barriga. Minha avó diria que estou dando um tempo para minha alma chegar a Chiloé. Ela acha que viagens de avião não são convenientes porque a alma viaja mais devagar que o corpo, se atrasa e, às vezes, se perde pelo caminho; essa seria a causa de os pilotos, como meu pai, nunca estarem totalmente presentes: vivem à espera da alma, que anda nas nuvens."

(O caderno de Maya - Isabel Allende, p.39)



terça-feira, 30 de abril de 2013

O caderno de Maya - Isabel Allende

"Me criei ali, no topo de um morro, com uma vista da baía de São Francisco que seria impressionante se dois pinheiros frondosos não a tapassem. Meu Popo nunca permitiu que fossem cortados, dizia que as árvores sofrem quando são mutiladas, assim como sofre a vegetação de uns mil metros ao redor, porque tudo está interligado no solo; seria um crime matar dois pinheiros para poder ver uma poça de água que pode ser apreciada do mesmo modo da autoestrada."

(O caderno de Maya - Isabel Allende, p. 37)