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terça-feira, 20 de março de 2012

Coisas da vida

O Salva-vidas
"...
Piegas ou não, forçado ou não, eu acho mesmo que os livros nos "salvam", de alguma maneira. Salvam a gente de levar uma vida besta, doutrinada pela TV. Salvam a gente de ficar olhando só pra fora, só para o que acontece na vida dos outros, sem nos dedicar a alguns momentos de introspecção. Salvam a gente de ser preconceituoso. Salvam a gente do desconhecimento, do embrutecimento, do mau-humor, da solidão, salvam a gente de escrever errado. Se existe salvador da pátria, não conheço outro.
..."
livro:Coisas da vida pg.129,  Martha Medeiros

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Coisas da vida

O Motoboy e os fogos de artifício




"...Nossas cabeças estão sempre olhando pra baixo, para os próprios passos, para o caminho a percorrer. Fogos de artifício nos retêm. Erguem nossas cabeças, iluminam o que é escuro, capturam a gente de uma realidade burocrática, repetitiva, sem festa. Fogos de artificio são sinalizadores, há alguém feliz bem próximo, e está repartindo esse estado de espírito com você, que não viveu nada de extraordinário hoje, que estava louco pra chegar em casa, tirar a roupa suada, tomar um banho e ver um pouco de televisão..."


livro: Coisas da vida, p.91, Martha Medeiros

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Coisas da vida

Imagem aqui

Interrompendo as buscas

"...Não é pela ansiedade que se mede a grandeza de um sentimento.
Sentar, ambos, de frente pra lua, havendo lua,
ou de frente pra chuva, havendo chuva, 
e juntos fazerem um brinde com as taças, contenham elas vinho ou café, 
a isso chama-se trégua.
Uma relação calma entre duas pessoas que, sem se preocuparem em ser modernos ou eternos,
fizeram um do outro seu lugar de repouso.
Preguiça de voltar à ativa? Muitas vezes, é.
Mas também, vá saber, pode ser amor."

Livro: Coisas da vida, p.78, Martha Medeiros

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Coisas da vida

O sentido da vida

Imagem aqui

"...
Todas as pessoas querem deixar alguns vestígios para a posteridade. Deixar alguma marca. É a velha história do livro, do filho e da árvore, o trio que supostamente nos imortaliza. Filhos somem no mundo, árvores são cortadas, livros mofam em sebos. A única coisa que nos imortaliza - mesmo - é a memória de quem amou a gente."

sábado, 26 de novembro de 2011

Coisas da vida



 “...
A sua felicidade não é a minha, e a minha não é a de ninguém. Não se sabe nunca o que emociona intimamente uma pessoa, a que ela recorre para conquistar serenidade, em quais pensamentos se ampara quando quer descansar do mundo, o quanto de energia coloca no que faz, e no que ela é capaz de desfazer para manter-se sã. Toda felicidade é construída por emoções secretas. Podem até comentar sobre nós, mas nos capturar, só se permitirmos.


Livro: Coisas da vida, p.95, Martha Medeiros

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Coisas da vida



Kafka e os Estudos

"Fui uma aluna, digamos, razoável. Tirava notas boas, passava quase sempre por média, mas era desinteressada. Estudava o suficiente para passar de ano, mas não aprendia de verdade. Bastava alcançar as notas que me aprovariam para, instantaneamente, tudo o que havia sido decorado evaporar da minha cabeça. Não tenho orgulho algum em contar isso, me arrependo bastante de não ter prestado atenção pra valer nas aulas e de não saber mais sobre história, em especial. Mas foi assim. E só fui compreender as razões deste meu desligamento agora, ao ler "Cartas ao pai", de Franz Kafka.
...
Entre os 7 e os 17 anos, eu tinha urgência em estudar o caminho mais curto para ser amada. A escola era como um país estrangeiro. Pela primeira vez eu não estava em casa, nem em segurança. Tinha que aprender como fazer amizades e mantê-las, como demonstrar emoções sem me fragilizar, como enfrentar agressões sem cair em prantos, como explicar todas as minhas idéias sem me contradizer, como ser honesta e ao mesmo tempo não ofender os colegas, e nisso gastei infindáveis manhãs e tardes prestando atenção em mim e nos outros - pouco nas lições.
Havia um pátio, havia um bar, havia um portão fechado, havia os banheiros e a biblioteca, e tudo era desafiador.
...
E as matérias me pareciam tão inúteis... Matemática, química e física me eram desnecessárias, eu queria saber sobre teatro, música, filosofia, psicologia, sexo, paixão, eu queria entender o que me fazia ficar zangada ou em êxtase, eu queria aprender mais sobre melancolia, desespero, solidão, eu tinha especial atração pelas guerras familiares e pelas mentiras que sustentam a sociedade, eu queria ter conhecimento sobre ironia, ter domínio sobre o pensamento, entender por que alguns gostavam de mim e outros me esnobavam, lutar contra o que me angustiava. Inocente, queria saber como se fazia para ter certezas. Eu, que tirava nota máxima em bom comportamento, precisava urgentemente que me explicassem o que fazer com o resto de mim, com aquilo que eu não usufruía, a parte errada do meu ser...."

 livro: Coisas da Vida, pg.35 (partes da crônica - Kafka e os estudos )-  Martha Medeiros

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Coisas da vida


O amor de volta. Você não anda com saudades dele? 
O amor desapareceu. Evaporou. Virou obsoleto amar...
O amor demora para acontecer e depois dura demais.
Quem tem paciência e tempo para se dedicar a uma só pessoa? 
O amor faz sofrer, faz chorar, e além disso não rende fofoca, notícia, o amor está fora de moda, como se fosse uma ombreira,uma franja reta, não se usa mais...
Se você ainda tem um amor escondido no armário, 
no fundo de uma gaveta,
trancafiado em algum lugar, não jogue fora. 
Dê pra alguém que esteja precisando. Ou guarde.
Sou otimista: a moda pode voltar.



Livro: Coisas da Vida pg.96 - Martha Medeiros


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Coisas da vida


Arroz, feijão, bife, ovo. Isso nós temos no prato, é a fonte de energia que nos faz levantar de manhã e sair para trabalhar. Nossa meta primeira é a sobrevivência do corpo. Mas como anda a dieta da alma?


Outro dia, no meio da tarde, senti uma fome me revirando por dentro. Uma fome que me deixou melancólica. Me dei conta de que estava indo pouco ao cinema, conversando pouco com as pessoas, e senti uma abstinência de viajar que me deixou até meio tonta. Minha geladeira, afortunadamente, está cheia, e ando até um pouco acima do meu peso ideal, mas me senti desnutrida. Você já se sentiu assim também, precisando se alimentar?

Livro: Coisas da Vida pg.117 - Martha Medeiros