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segunda-feira, 12 de março de 2012


“Ele já não contemplava o futuro ao longe
Ansiando por sua chegada
Tinha o futuro na palma da mão e apertava-a.”

O planalto e a estepe, Pepetela, p.182

terça-feira, 6 de março de 2012

Existia...

“Ele respirou fundo como os grandes peixes
Deu voltas frenéticas nas águas profundas
Respirou devagar devagar
Enovelou o suspiro no espírito
Rompeu de pedra a porta
Ousou enfim olhar o futuro.
Existia.”
O planalto e a estepe - Pepetela, p.169

segunda-feira, 5 de março de 2012

Disputa


“Em tempos de muita fome e miséria, o leão e o elefante lideravam grupos rivais na procura ou da carne ou do capim. E se combatiam desesperadamente. Até que o cágado, conseguindo fazer ouvir a sua voz profunda do alto de um morro, lhes disse, estúpidas criaturas, chocam constantemente entre vocês e eu fico no meio, por isso a minha carapaça é tão dura, para resistir aos vossos choques de gigantes sem cérebro. No entanto, se conversassem, podiam chegar a um entendimento dividir a pobreza entre todos. Quando é para dividir as riquezas, tudo se torna fácil, não exige imaginação, só força. Mas dividir a pobreza é bem mais complicado, e por isso, vocês, cegos e estúpidos, pensam apenas em lutar para evitar  atingir o impossível. Vamos sentar à sombra de uma árvore e conversar. Encontraremos certamente a solução, o impossível morreu de velho.”

O planalto e a estepe - Pepetela, p.158

quinta-feira, 1 de março de 2012

De perto ninguém é normal

“A onça deixada para trás no nosso trajeto de humanização  nunca se dilui completamente dentro de nós, por muitos livros lidos, viagens feitas ou debates intelectuais participados. Existe sempre uma unha ou dente de onça que se manifesta quando a ocasião é propícia. Somos considerados civilizados se somos capaz de o esconder sempre do conhecimento dos outros. Mas existe todavia um pedaço selvagem permanecendo de atalaia. E ao menor pretexto damos o bote.
            Somos de uma humanidade animal.”
O planalto e a Estepe, Pepetela, p.121
No, la pintura no está hecha para decorar las habitaciones. Es un instrumento de guerra ofensivo y defensivo contra el enemigo.
 ("Não, a pintura não está feita para decorar casas. Ela é uma arma de ataque e defesa contra o inimigo.")   Pablo Picasso, sobre Guernica  (Wikipédia)

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Argumento para colonizar


“...saber se uns povos são mais educados que outros. Sempre foi o argumento principal dos europeus para colonizar outras nações, o direito à comparação entre culturas numa hierarquia, o que lhes dava a tranquilidade de espírito para apregoarem estar a civilizar os indígenas, incultos, bárbaros, selvagens. Como comparar passados e experiências?”


O planalto e a estepe - Pepetela, p.157

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Mentiras...

Imagem aqui
“Afastaram-nos um do outro só por sermos de países diferentes, por um ter olhos castanhos e o outro azuis. E ao mesmo tempo gritavam vivas ao internacionalismo e à amizade eterna entre povos. Tudo mentira! Todos estes anos eu te queria dizer isso, vivemos sem o saber numa mentira permanente e continuaram sempre a mentir-nos.”

O planalto e a Estepe, Pepetela, p. 155

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Livre-arbítrio

      “A pessoa julga ter capacidade de julgamento e de escolha, o livre-arbítrio das civilizações ocidentais, quando afinal anda ao sabor de ventos e marés, e de vontades alheias, sejam elas deste ou de outro mundo.
Era sem dúvida o meu caso. Um joguete à espera de ter um papel na vida.”

O planalto e a estepe - Pepetela, p.117

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Esperança

“Oh, como se repetem experiências.
Uma vez e ainda mais outra.
Nunca se aprende nada sobre o amor e ele é um eterno retorno
ao tema das cabaças trocadas.
Nem sempre, porém, a cabaça de manteiga destrói a de mel.
Luares de esperança no horizonte.”

O planalto e a estepe - Pepetela, p.102

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Amigos...


“É bom ter amigos verdadeiros, apesar das dolorosas verdades que arriscamos ouvir.” 
   
Livro: O planalto e a estepe, Pepetela, p.65

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Tentar...

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“Mas tinha de tentar. 
É na capacidade de perder e mesmo assim lutar que está a grandeza. 
Quem escreveu esta sentença já não sei, 
mas terá sido um grande homem, por certo.”
O planalto e a estepe - Pepetela, p. 94

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O seu silêncio

“Manteiga não calha bem com mel, já sabíamos.
No mundo da natureza.
No mundo dos humanos, tudo pode calhar. Se vontade houver.
E se os poderosos permitirem.
Normalmente, os poderosos encolhem os ombros. Indiferentes à dor.
O seu silêncio marca a eternidade da separação.”

O planalto e a estepe - Pepetela, p.76 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Infeliz era eu

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“Todos se sentiam úteis, sem noção de serem quase inúteis. 
Gente feliz, portanto.
Infeliz era eu.”
O planalto e a estepe,Pepetela, p.73

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Dançando...


“Acabávamos sempre a dançar, 
porque angolano só sabe atirar para longe tristezas e saudades dançando.
Na dança, não é só o corpo que bebe seiva do ritmo, é a alma.”

O planalto e a estepe - Pepetela, p.67

domingo, 19 de fevereiro de 2012

O amor...


“Realmente era melhor guardar segredo. O segredo, quando o deixa de o ser, perde parte do encanto. O sabor reside no mistério. A verdade crua é o ácido da doçura do segredo. Um dia, o nosso segredo teria de ser revelado, a felicidade não é eterna. Mas a nossa parecia ser. E esquecíamos o futuro, concentrados apenas na ventura de nos amarmos.”


O planalto e a estepe - Pepetela, p.54

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Há verdade no amor?

        “Que há de verdade no amor?
A mesma verdade que existe na verdade. Se consome pelo uso. 
Ou se reforça pela ausência. Ou nem uma coisa nem outra. 
O mistério permanece e nos espanta sempre.
Para que então falar no que não se pode perceber?”

O planalto e a estepe - Pepetela, p.52

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012



Livro: O planalto e a estepe, Pepetela, p.52
“Assim é o amor.
O nome é pesado e nem sempre corresponde a realidade. Os documentos tratando dele devem ocupar uma cidade inteira e no seu todo há ambiguidades. Alguém sabe mesmo o que o amor é?”
Amor infinito - Alfred Gockel

Livro: O planalto e a estepe, p.51

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012


Imagem aqui

“Pessoas têm vidas paralelas, seguem juntas sem se cruzarem. Outras, convergentes, acabam se encontrando num canto do mundo. Explicar a razão é gesto vazio...”

Livro: O planalto e a estepe, Pepetela, p.49

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

De perto ninguém é normal



“Um gordo abade numa cama de ouro é pouco cristão. Arrancá-lo de lá, derreter a cama para comprar pão para os pobres, isso sim, é cristão.
            E revolucionário.”
Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido pelo pseudônimo de Pepetela


Livro: O planalto e a estepe, Pepetela, p.44

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

De perto ninguém é normal


 "Na época não conhecíamos, mas Mandela falou em criar a sociedade do arco-íris...            Mandela pensava em nós...Um continente inteiro arco-íris, com todas as cores do mundo. 
É sonho? É sonho, sim. Mas é lindo."
Nelson Mandela

livro: O planalto e a estepe, Pepetela, p.36