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domingo, 29 de abril de 2012

Sem arrependimentos...


E, no entanto, não havia nada que se arrepender. Fizera alguma coisa. Ele fora alguma coisa. Suas lembranças não tinham se esfumado, como se costumava dizer. Nada disso. Suas lembranças eram como uma aquarela que tivesse sido exposta a chuva. As cores tinham se misturado, o desenho estava mais abstrato, ainda interessante, mas já com estrias escurecidas onde a água, em sua passagem, arrastara consigo um excesso de cores.
Livro: A jogadora de xadrez, Bertina Henrichs, p.148

segunda-feira, 19 de março de 2012

Não saber o que significa....ler.


Não estava preparada para a solidão. Não conhecia o consolo dos livros que a ele faziam companhia. Era uma grande diferença. No caso dele, a leitura chegara a ocupar um lugar jamais outorgado a nenhum ser humano. Por que perder tempo em inúteis conversações cotidianas quando podemos estar sempre em contato com os melhores e os mais instigantes pensadores de todos os tempos? Por que permitir que a vida seja ocupada por seres medíocres - atraentes, é verdade, mas de raciocínio fraco - , quando temos a possibilidade de visitar Platão, Sêneca e Proust? ...
...Mas como poderia descrever aquele universo amplo do pensamento em que se aventura a uma pessoa que nunca tinha aberto um único livro com prazer em toda sua vida, que não sabia o que isso significava?...
Livro: A jogadora de xadrez, Bertina Henrichs, p.78 e p.79