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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Chuva...


Nunca suportei ver o sol sair depois de uma tempestade. Minha ideia de um dia de chuva é que deve chover até a noite. Que o sol nasça na manhã seguinte, tudo bem, mas assim?...Que o sol venha interromper onde ninguém o chama... Nos dias de chuva o sol é um intruso imperdoável.

Livro: O segredo dos seus olhos, Eduardo Sacheri, p.45

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Chuva...


Adoro os dias de chuva. Desde criança. Sempre me pareceu uma imbecilidade as pessoas falarem de “mau tempo” quando chove. Mau tempo por quê?...sinto que a chuva tem má fama imerecida. O sol... não sei. Com o sol, tudo parece fácil demais... O sol tem propaganda demais, acho. E por isso que me irrita que ele se intrometa nos dias de chuva. Como se o maldito simplesmente não tolerasse que, de vez em quando, quem não o venera como idólatra possa desfrutar de um dia completo...
Livro: O segredo dos seus olhos, Eduardo Sacheri, p.45

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Como? ...


...Ela é como dívida que ele mantém com a vida, ou que a vida mantém com ele. Não pode morrer sentindo o que sente por ela. Como se fosse um desperdício que esse amor se desintegre e vire pó como sua carne e seus ossos.
            Mas como poder arrancá-lo de dentro de si? Não há maneira. Já pensou e repensou, mas não há maneira. Uma carta? Essa opção tem o atrativo da distância, de não ver o rosto dela incrédulo, ou pior, ofendido, ou pior, compadecido, ao tomar conhecimento. Apresentar-se e dizer tudo cara a cara nem sequer figura entre as opções...



Livro: O segredo dos seus olhos, Eduardo Sacheri, p.90

sábado, 31 de março de 2012

Dor...


Me sentia triste, mas o que, exatamente, me deixava tão triste? ... A gente não vê a dor. Não pode vê-la, simplesmente porque a dor não é visível, em nenhuma circunstância. No máximo, podem-se ver alguns de seus mínimos sinais exteriores. Mas esses sinais sempre me pareceram máscaras, mais do que sintomas. Como pode o homem expressar a angústia atroz de sua alma? Chorando bicas e dando berros? Balbuciando palavras desconexas? Gemendo? Derramando umas poucas lágrimas? Eu sentia que todas essas possíveis demonstrações de dor só eram capazes de insultar essa dor, de menosprezá-la, de profaná-la, de colocá-la ao nível de amostras grátis... Acreditei entender que o que às vezes nos comove na dor alheia é o temor atávico de que essa dor se transfira para nós.
Livro: O segredo dos seus olhos, Eduardo Sacheri, p.33

quinta-feira, 29 de março de 2012

Ansiedade...


"Acho que foi por observá-lo que desenvolvi minha teoria de que os estúpidos se conservam melhor fisicamente porque não são corroídos pela ansiedade existencial à qual as pessoas mais ou menos lúcidas se veem submetidas."

Livro: O segredo dos seus olhos, Eduardo Sacheri, p.85

quinta-feira, 22 de março de 2012

Chuva...




Um perfeito dia para mim é assim -... – Uma manhã carregada de nimbos, alguns trovões e uma boa chuva o dia todo. Não digo um aguaceiro, porque os imbecis solares se queixam duplamente se a cidade se encher de água. Não, basta uma chuvinha constante que dure até a noite. Até tarde da noite, isso sim. Para a gente poder dormir com o ruído das gotas. E, se pudermos acrescentar mais uns trovões, melhor.
Livro: O segredo dos seus olhos, Eduardo Sacheri, p.45