quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Argumento para colonizar


“...saber se uns povos são mais educados que outros. Sempre foi o argumento principal dos europeus para colonizar outras nações, o direito à comparação entre culturas numa hierarquia, o que lhes dava a tranquilidade de espírito para apregoarem estar a civilizar os indígenas, incultos, bárbaros, selvagens. Como comparar passados e experiências?”


O planalto e a estepe - Pepetela, p.157

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Mentiras...

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“Afastaram-nos um do outro só por sermos de países diferentes, por um ter olhos castanhos e o outro azuis. E ao mesmo tempo gritavam vivas ao internacionalismo e à amizade eterna entre povos. Tudo mentira! Todos estes anos eu te queria dizer isso, vivemos sem o saber numa mentira permanente e continuaram sempre a mentir-nos.”

O planalto e a Estepe, Pepetela, p. 155

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Livre-arbítrio

      “A pessoa julga ter capacidade de julgamento e de escolha, o livre-arbítrio das civilizações ocidentais, quando afinal anda ao sabor de ventos e marés, e de vontades alheias, sejam elas deste ou de outro mundo.
Era sem dúvida o meu caso. Um joguete à espera de ter um papel na vida.”

O planalto e a estepe - Pepetela, p.117

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Esperança

“Oh, como se repetem experiências.
Uma vez e ainda mais outra.
Nunca se aprende nada sobre o amor e ele é um eterno retorno
ao tema das cabaças trocadas.
Nem sempre, porém, a cabaça de manteiga destrói a de mel.
Luares de esperança no horizonte.”

O planalto e a estepe - Pepetela, p.102

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Amigos...


“É bom ter amigos verdadeiros, apesar das dolorosas verdades que arriscamos ouvir.” 
   
Livro: O planalto e a estepe, Pepetela, p.65

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Tentar...

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“Mas tinha de tentar. 
É na capacidade de perder e mesmo assim lutar que está a grandeza. 
Quem escreveu esta sentença já não sei, 
mas terá sido um grande homem, por certo.”
O planalto e a estepe - Pepetela, p. 94

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O seu silêncio

“Manteiga não calha bem com mel, já sabíamos.
No mundo da natureza.
No mundo dos humanos, tudo pode calhar. Se vontade houver.
E se os poderosos permitirem.
Normalmente, os poderosos encolhem os ombros. Indiferentes à dor.
O seu silêncio marca a eternidade da separação.”

O planalto e a estepe - Pepetela, p.76 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Infeliz era eu

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“Todos se sentiam úteis, sem noção de serem quase inúteis. 
Gente feliz, portanto.
Infeliz era eu.”
O planalto e a estepe,Pepetela, p.73

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Dançando...


“Acabávamos sempre a dançar, 
porque angolano só sabe atirar para longe tristezas e saudades dançando.
Na dança, não é só o corpo que bebe seiva do ritmo, é a alma.”

O planalto e a estepe - Pepetela, p.67

domingo, 19 de fevereiro de 2012

O amor...


“Realmente era melhor guardar segredo. O segredo, quando o deixa de o ser, perde parte do encanto. O sabor reside no mistério. A verdade crua é o ácido da doçura do segredo. Um dia, o nosso segredo teria de ser revelado, a felicidade não é eterna. Mas a nossa parecia ser. E esquecíamos o futuro, concentrados apenas na ventura de nos amarmos.”


O planalto e a estepe - Pepetela, p.54

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Há verdade no amor?

        “Que há de verdade no amor?
A mesma verdade que existe na verdade. Se consome pelo uso. 
Ou se reforça pela ausência. Ou nem uma coisa nem outra. 
O mistério permanece e nos espanta sempre.
Para que então falar no que não se pode perceber?”

O planalto e a estepe - Pepetela, p.52

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012



Livro: O planalto e a estepe, Pepetela, p.52
“Assim é o amor.
O nome é pesado e nem sempre corresponde a realidade. Os documentos tratando dele devem ocupar uma cidade inteira e no seu todo há ambiguidades. Alguém sabe mesmo o que o amor é?”
Amor infinito - Alfred Gockel

Livro: O planalto e a estepe, p.51

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012


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“Pessoas têm vidas paralelas, seguem juntas sem se cruzarem. Outras, convergentes, acabam se encontrando num canto do mundo. Explicar a razão é gesto vazio...”

Livro: O planalto e a estepe, Pepetela, p.49

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

De perto ninguém é normal



“Um gordo abade numa cama de ouro é pouco cristão. Arrancá-lo de lá, derreter a cama para comprar pão para os pobres, isso sim, é cristão.
            E revolucionário.”
Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido pelo pseudônimo de Pepetela


Livro: O planalto e a estepe, Pepetela, p.44

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

De perto ninguém é normal


 "Na época não conhecíamos, mas Mandela falou em criar a sociedade do arco-íris...            Mandela pensava em nós...Um continente inteiro arco-íris, com todas as cores do mundo. 
É sonho? É sonho, sim. Mas é lindo."
Nelson Mandela

livro: O planalto e a estepe, Pepetela, p.36

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

De perto ninguém é normal

“Como constaria mais tarde na minha penosa existência, os fiéis deixam de o ser ao estudarem marxismo e comunismo e enquanto lhes convinha. Mas, tempos depois, desiludidos com a vida, abandonavam o marxismo. E regressavam as religiões. Acontecia por vezes não ser a religião de origem, mas era de qualquer modo uma religião. Fraquezas, medos, interesse, sei lá.
            Não é fácil viver sem Deus.”

OBRA O GRITO (Edvard Munch)


livro: O planalto e a estepe, Pepetela, p.36

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

De perto ninguém é normal

 
Angústia (A mãe do artista 1950) - Pintado por Alfaro Siqueiros David


“Então tem mal ser amigo de pretos? Onde está Deus no meio disto tudo? ...O preto deve ser amigo do branco, era obrigado por lei e pela igreja, senão levava porrada. Os brancos é que não deviam ser amigos dos pretos. Não há equilíbrio na vida. A ideia da reciprocidade é uma falácia para enganar parvos...O homem só gosta da diferença, sobretudo a que o favorece.”

Livro: O planalto e a estepe, Pepetela, p.22

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

De perto ninguém é normal


“...Só percebi uma coisa, me acusavam de ser amigo dos pretos, o resto para mim era chinês. Mas eu não era amigo dos pretos por serem pretos, nem via bem as cores nem as cores têm importância. Era amigo dos meus amigos, isso sim. Eles não entenderam que tentei explicar.”

livro: O planalto e a estepe, Pepetela, p.21

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O planalto e a estepe



“O tempo é um atleta batoteiro, toma drogas proibidas, corre mais que todos. E quanto mais o quisermos agarrar, porque resta pouco, mais ele corre. Por isso são sábios os velhos dos kimbos, nunca querem agarrar o tempo, deixam-no passar por eles, as peles devem ser rugosas e o tempo estranha-se nelas, deslizando com mais dificuldade...
O tempo goza com a nossa estúpida vaidade, passa por nós como um foguete, nos torna seus escravos.”

livro: O planalto e a estepe, Pepetela, p.13 e 14