segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A jogadora de xadrez



Sempre gostei do jogo de xadrez, mas vou confessar que nunca havia parado para refletir o que suas peças significavam, nem acredito que isso passou despercebido por mim. Só por isso a leitura desse livro já vai ter valido a pena.


"Dispôs os dois exércitos, frente a frente, sobre o tabuleiro.(...) Estudou, então os movimentos que as diferentes peças podiam fazer. Os peões, na primeira fileira, não lhe pareceram dignos de grande interesse. Seu trajeto era simples, imutável e sem brio.
O cavalo pareceu-lhe o mais difícil de manejar, com seus saltos caprichosos e imprevisíveis. (...)


A peça mais pontuda, que ela não tinha conseguido reconhecer no quarto 17 e que lhe incutira aquele imenso desânimo, era o bispo. Esquisito, pois seus deslocamentos eram bem mais hábeis do que os do cavalo. Não era desse modo que Eleni imaginava um bispo. 
Nem, aliás, um rei. Como é que uma figura tão imóvel podia representar um rei? Não era nenhuma especialidade em realeza, mas sempre havia imaginado uma presença onipotente, composta de muito luxo e voluptuosidade. Aquele rei não tinha nada de majestoso. Incapaz de se defender sozinho, precisava ser protegido permanentemente pelas outras peças. Era ele, no entanto que definia o jogo. Eleni refletiu por alguns instantes a respeito desse paradoxo.
Em compensação, ficou chocada com a agilidade da rainha. Peça temível, reinava sobre a partida com seus avanços rápidos e suas múltiplas capacidades. A única figura feminina era a que possuía todos os poderes. Eleni gostou dessa ideia subversiva. quase deu uma gargalhada, mas segurou-se para não acordar Panis, que não aprovaria aquele ataque de risos em plena noite. Precisava contar para Katherina o caso da rainha. Ela não iria acreditar."


A jogadora de xadrez - Bertina Henrichs, p.37

6 comentários:

  1. Posso contar um segredo????? aiaiaiai....que verrrgonha...ainda não sei jogar xadrez...mas vou ler esse livro mesmo assim....to sentindo um cheirinho de discussões feministas nessa obra, será?

    ResponderExcluir
  2. Aline Giaretta da Rosa10 de outubro de 2011 às 10:02

    Eliane, o livro é muito bom!!!!!!
    Acho que era esse o incentivo que vc estava precisando para aprender este jogo: a questão feminista.

    Vamos jogar umas partidas???????????????

    ResponderExcluir
  3. Vamos sim!!!!!! Na sua casa ou na minha???? kkkk

    ResponderExcluir
  4. Aline Giaretta da Rosa10 de outubro de 2011 às 11:13

    Vamos fazer assim, uma vez na minha e uma vez na sua!!!! Daí ninguém briga! hihihihihiihihihih
    Aí a gente aproveita pra tomar um chimarrão!!!!
    Será que a Ana vem também????

    ResponderExcluir
  5. Quero reservar esse livro (:
    Débora Gregorini 2técninco

    ResponderExcluir
  6. Agora realmente sei o significado das palavras deste livro, li obra em 2011 mas só aprendi a jogar xadrez em janeiro desse ano, com meu filho Pedro Lucas, falta ainda nosso jogo Aline! esta lançado o desafio....rsrsrsrs

    ResponderExcluir

Olá! Que bom ter você em nosso blog.
Deixe seu recado, expresse sua opinião sobre o assunto, ficaremos muito felizes.
Não esqueça de se identificar!!!